Blogger Dicesar K.

https://www.magazinevoce.com.br/magazinedicesar/

Fundamentos do discipulado cristão – João 6:53 -71


O texto que lemos nos convida a uma séria reflexão, que nos remete a algumas perguntas: porque eu sigo a Jesus? O que é que me impulsiona a servi-lo? O que me atrai nele?
Após o milagre da multiplicação, grande multidão vai à procura de Jesus, a fim de eliminar as suas dúvidas e encontrar respostas para as suas mais intrigantes perguntas. Eles perguntam: que sinais miraculosos tu operas para que creiamos em ti? A multidão não entendia qual o real significado do discipulado cristão.  O interesse da multidão estava intimamente atrelado a conveniências pessoais. As pessoas buscam a Deus não por aquilo que Ele é, mas de uma forma utilitarista e barganhadora, sem nenhum compromisso efetivo com o Senhor e seu reino. (Sl. 23 A benção de Deus acompanha o crente. Não precisamos correr atrás dela).
Após a apresentação da mensagem desafiadora feita por Jesus, a multidão começa a ir embora, pois diziam que o discurso do mestre era DURO DEMAIS.  Os discípulos não vão embora, mas murmuram, interrogam-se e Jesus lhes interpela: e Vocês não vão embora? Esta pergunta tem uma conotação muito profunda, pois remete imediatamente os discípulos a uma postura transparente e decisiva frente a opção que eles estavam fazendo.  Chegou a hora da verdade! Seguir ou abandonar?
É a resposta de Pedro que vai preencher as lacunas da indecisão e da ignorância. Hoje as pessoas seguem a Jesus, mas não sabem quem ele é. E quando se deparam com os desafios da caminhada rejeitam-no de imediato, alegando que a proposta de vida de Jesus não se coaduna as suas expectativas e interesses. Quem é Jesus?

1)    Jesus é o objeto intransferível da nossa fé
Pedro não fala para onde. A questão não é tanto para onde vamos, mas com quem vamos. Quem tem Jesus não precisa de bússola, posto que já está no caminho da vida. Quem vai com Jesus, não tem duvidas do itinerário. Jesus não indica estradas ou atalhos, Ele é o caminho perfeito de Deus.
Pedro estava afirmando que sem Jesus a caminhada não teria sentido. Sem Jesus, eles estariam perdidos, desamparados. Fora de Jesus não existia esperança. A pergunta de Pedro (Para quem iremos?) é uma confissão, uma declaração de dependência.
Sem Jesus a nova Jerusalém com todo o seu resplendor não teria beleza alguma. Sem Jesus, a vida não teria graça. Sem Jesus, Deus não teria cara, não teria humanidade. Sem Jesus, não teria salvação, não teria amor de Deus revelado em forma de sacrifício e doação. Sem Jesus, não teria justificação, nossa condenação estaria declarada. Sem Jesus não existiria a igreja. Sem Jesus, não teríamos o Espírito Santo. Sem Jesus, seriamos escravos do pecado. Sem Jesus, a morte triunfaria. Sem Jesus, não haveria esperança da ressurreição. Sem Jesus, não haveria novos céus e nova terra. Sem Jesus, não seriamos novas criaturas. Sem Jesus, não seriamos filhos amados de Deus.

2)    Só Jesus tem as palavras quem preenchem o vazio existencial do ser humano dando real sentido a vida
Para a multidão o discurso de Jesus era duro demais. As palavras de Jesus serão sempre duras para quem não quer doar a sua vida motivada pelo amor. As palavras de Jesus sempre serão desagradáveis para quem opta pelo orgulho, pelo egoísmo, pela pretensão de ser a partir de si mesmo.
Todavia, para os discípulos as suas palavras eram de vida eterna. As palavras de Jesus não são uma mera mensagem oral, não é um conjunto de doutrinas teológicas. Suas palavras estão ligadas a sua pessoa. A palavra de Jesus e a pessoa dele são realidades inseparáveis. Suas palavras não podem ser divorciadas da sua vida.



3)    Jesus é a revelação plena e absoluta de Deus.
Pedro Diz: Nós cremos e conhecemos que tu és o santo de Deus. Eles criam porque conheciam e conheciam porque criam. A fé deles envolvia relacionamento. Não apenas criam! Ter fé não é o bastante; Deus nos convida para um relacionamento com Ele.
A fé está para transcendência e o relacionamento para imanência. A fé está para o supra-histórico, o relacionamento para o histórico.
A fé relacional dos discípulos os levara a descobrir que aquele carpinteiro de Nazaré, era o santo de Deus. Meu relacionamento com Deus me permite saber quem ele é. Jesus é a expressão de quem Deus é e de quem eu devo ser. Ele totalmente Deus e totalmente ser humano. Na pessoa de Jesus divindade e humanidade estão interligadas. Eterno e histórico se reconciliam.
Diante de tudo que Jesus é só nos resta uma alternativa: reconhecer que o seu projeto de vida é o mais fascinante e convidativo e rendermo-nos a Ele!

por Pr. Josias Novais no site: